segunda-feira, julho 16, 2012

On the road, easy rider!

Ontem, eu e marido fomos ver o novo filme do Walter Salles, "Na estrada". Enquanto muitos diziam que o filme baseado no livro do Kerouac é muito pesado, nós fomos assistí-lo sem preconceito, sem pré-julgamentos. Eu não li o livro, e como já mencionei em outros posts, vivo num dilema enorme entre ler os clássicos do passado e me deliciar com os livros de hoje, com linguagens contemporêaneas mais próximas das nossas. Como não li o livro, não tinha como saber de antemão a história, nem fazer comparações.


Senti falta, em muitos momentos, de explicações. O filme é longo e, na minha opinião, é justamente por este motivo, que ele não deveria se abster de dá-las. Por exemplo, o que leva o personagem principal, Sal, a viver daquele jeito, em busca de algo que ele não sabe bem o que é? O que o leva a conhecer aquelas pessoas, a viajar com elas e a fazer delas a sua família, se num primeiro momento elas parecem tão diferentes dele? Seria apenas a necessidade de ser um escritor? Seria a morte do pai? Seria a inexpressividade da participação da mãe na sua vida? Não fica claro...

Para um filme que se passa logo depois do final da 2a. Grande Guerra, a gente até supõe que a rebeldia daquelas pessoas e a vontade de viver a vida intensamente que tinham é fruto de um inconformismo com o status quo vigente... mas são suposições do espectador. Será que é isso mesmo?


De qualquer modo, o filme me fez pensar muito na minha vida. No quê fiz quando tinha aquela idade, no quê não fiz, no quê experimentei e no quê não experimentei. Sinto um certo arrependimento por não ter usado nenhum tipo de drogas, por não ter experimentado uma cerveja, quando todo mundo fazia, por não ter dado um "tapa" num cigarro de maconha, nos shows que eu ia... eu sempre fui muito careta e, com o tempo, comecei a achar que não era mais hora de passar por isso, de experimentar isso... e, quanto às bebidas alcoólicas, eu as deixei totalmente de lado. Se for para escolher, eu prefiro não beber, simplesmente porque não gosto, não curto o alcóol. Chato, né? Socialmente, é muito chato, eu sei, mas fazer o quê? Me forçar só para ser aceita? Não, não com mais de 40...

Não que a lucidez tenha me impedido de ter sensações fortes. Eu as tive. Só que as tive com muita clareza do que estava vivendo, o que tornam as minhas lembranças muito fortes, pois misturam as sensações com o lado totalmente racional que sabe dizer se algo aconteceu de fato ou foi um sonho acordado.

Aliás, o meu lado sonhador sempre foi suficientemente pirado para me suprir de toda a loucura que eu precisava. Portanto, eu não necessitava mesmo de nenhum alucinógeno extra, além dos meus próprios neurônios...

Enfim, sair por aí, aproveitando o caminho, me lembrou um outro filme igualmente marcante, que vi há um tempo atrás...


"Na natureza selvagem" também é um filme que aborda a questão que o quê de fato importa é o caminho, e não o destino, apesar do rapaz estar se dirigindo para o Alasca.

Enfim, é o que fazemos da nossa vida, na nossa caminhada. É o que levamos quando partimos, o que foi conquistado enquanto íamos...

São dois filmes bonitos, muito bem filmados, que servem - sinceramente - para pensar! Eu os recomendo...


Música de hoje: Born to be wild - Steppenwolf



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PS.: A música de hoje é de um outro filme muito famoso, que não mencionei no texto, mas que tem tudo a ver com a temática, "Easy Rider", com Peter Fonda e Denis Hopper.

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